Aldo Rebelo está com o discurso bem alinhado com o de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Nesta sexta-feira (28), o ministro do Esporte deu de ombros para as manifestações contrárias à realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e garantiu que a entidade máxima do futebol não é alvo das reivindicações dos protestos no País.
— Os protestos começaram em São Paulo, onde não há jogos da Copa das Confederações. Digo isso porque houve quem tentasse relacionar as manifestações com a Copa do Mundo. Foram motivos muito distintos. No caso de São Paulo, a origem foi a insatisfação com o transporte público. Depois, pediram melhorias na saúde, na educação, na segurança pública e assim por diante.
Apesar do ministro do Esporte blindar a Fifa, não foram poucos os manifestantes que se posicionaram contra a presença da entidade no Brasil. Em Belo Horizonte, onde a Seleção derrotou o Uruguai na semifinal da Copa das Confederações, eram inúmeras as pichações que pediam “fora Fifa” ou ordenavam “Fifa go home (vá para casa)” no entorno do Mineirão. A maior revolta é com os gastos públicos para a organização da Copa do Mundo em detrimento de maiores investimentos em saúde ou educação.
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— Mas não creio que as manifestações tenham como objetivo impedir ou tumultuar os jogos. Parte dos manifestantes sabe que as partidas estão marcadas e querem protestar no mesmo dia para ter mais visibilidade. O objetivo não é impedir a realização do evento esportivo.
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Mesmo que em busca apenas de holofotes, as manifestações já conseguiram prejudicar de alguma forma as partidas da Copa das Confederações. A Fifa aumentou a área de isolamento dos estádios do torneio, fazendo com que muitos torcedores caminhassem mais de três quilômetros – às vezes, em meio a confrontos entre policiais e manifestantes – para assistir às partidas.