Joseph Blatter passou constrangimento na última vez em que apareceu em público ao lado da presidenta Dilma Rousseff. Ambos foram vaiados pelo público que assistiu à vitória do Brasil sobre o Japão no Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações – apesar da bronca e dos pedidos por “respeito” feitos pelo mandatário da Fifa. A experiência negativa, contudo, não fez com que ele passasse a rejeitar a companhia da maior autoridade brasileira.
Quando questionado sobre a possível ausência de Dilma Rousseff nas tribunas do Maracanã no jogo entre Brasil e Espanha, a decisão da Copa das Confederações, Blatter abriu um sorriso irônico: “Com certeza, estão sabendo mais do que eu, pois não recebi a confirmação de que a chefe de Estado não estará aqui. Adoraria que ela estivesse presente”.
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Na entrevista coletiva que concedeu nesta sexta-feira, após reunião com os demais organizadores da Copa das Confederações, Blatter fez questão de enaltecer a sua confiança no trabalho de Dilma, principalmente para conter a onda de manifestações no Brasil. “Mas não sou profeta para saber se ela estará ou não presente na final”, afirmou.
O suíço Joseph Blatter está de volta ao País onde foi vaiado na abertura da Copa das Confederações, quando discursou ao lado da presidenta Dilma Rousseff. Depois de cobrar educação do público que assistiu à vitória da Seleção Brasileira sobre o Japão naquela tarde e de presenciar inúmeras manifestações pacíficas e violentas no Brasil, o presidente da Fifa já se mostra mais à vontade. Não que antes estivesse com medo, segundo ele.
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“Fui criticado por sair do Brasil durante a Copa das Confederações, mas havia outra competição da Fifa para prestigiar. O nosso calendário internacional ainda tem alguns torneios que se sobrepõem. Era o meu papel ir à Copa do Mundo Sub-20, na Turquia, um país onde há as mesmas manifestações do Brasil. Voltei para cá agora, para as semifinais. Não podem dizer de forma alguma que fugi ou escapei. Muito ao contrário. Assumi duas responsabilidades ao mesmo tempo”, bradou Blatter, sem que ninguém tivesse perguntado.
Apesar da sua disposição para defender a viagem que fez, o mandatário da Fifa mostrou-se cauteloso com o assunto, nesta sexta-feira. Ele não deu nenhuma resposta sobre os protestos que ocorrem no Brasil sem antes trocar cochichos com o secretário-geral da entidade, o francês Jérôme Valcke. Ambos não queriam aparentar insegurança com as cobranças por melhorias sociais feitas pela população ao governo.
“A Fifa não tem poder para assumir a questão da segurança do torneio. É algo que deve ser assegurado pelo país organizador. Mas essa certeza de que tudo transcorrerá bem já nos foi dada em 2007, quando tomamos a decisão de trazer a Copa para a nação onde o jogo bonito é jogado”, afirmou Blatter, muito mais animado para falar sobre temas puramente esportivos. “Já provamos a nossa confiança no governo durante situações não muito confortáveis que vimos na semana”, concluiu.