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Cartola quer união de clubes para acabar com a "Lei da Selva" no futebol

Ex-vice de marketing corintiano é um dos representantes do G4 e visa novo Clube dos 13

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Figura conhecida no meio futebolístico, o ex-vice-presidente de Marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, afirmou que é necessário dar um basta à Lei da Selva, segundo sua denominação, que se tornou o futebol brasileiro nos últimos anos.

—Se os clubes agem dentro da Lei da Selva, eu também tenho de agir como Lei da Selva, não dá para recuar. As regras têm de ser estabelecidas lá de cima, com legislações claras e específicas. E uma união dos clubes também é importante para mudar este cenário.

Ele concorda com a tese de que, acima das questões técnicas, financeiras e das categorias de base, o esporte mais popular do Brasil está passando por uma crise ética. Para tanto, após dois anos longe, ele aceitou o desafio de retornar ao futebol e ser o representante do Corinthians no futuro G4, grupo que está sendo formado para reunir as quatro principais equipes do Estado de São Paulo: Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos.

—Concordo que tem prevalecido a falta de ética de uma maneira geral no futebol. Mas agora estou vendo que há um esforço para modificar este cenário e a melhor maneira é começar por um acordo entre os quatro grandes de São Paulo.

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Para Rosenberg, a cultura da discussão de bar e das polêmicas sobre resultados de jogos são um atraso e não uma saudável característica do futebol brasileiro.

— Há uma resistência em aceitar resultados negativos no futebol. Olha a guerra, por exemplo, que se torna qualquer anulação de lance e qualquer busca de soluções eletrônicas. Não é um sintoma de cafajestagem? Aqui se acostumou a achar legal a discussão da segunda. Gol de mão é motivo de orgulho. Isso é absurdo. A graça é ver o outro se ferrar. Deveria ser mais como nos Estados Unidos, onde é feito o melhor para o esporte, busca-se a justiça nos resultados e novas soluções tecnológicas neste sentido são bem-vindas.

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Novo Clube dos 13

De acordo com informações do diretor-executivo do grupo, José Carlos Peres, a criação do G4 visa aproximar as entidades, unificar demandas comuns e ações comerciais para reorganizar as suas finanças e retomar o desenvolvimento do futebol brasileiro. Rosenberg vê inclusive a possibilidade de recriar o extinto Clube dos 13 a partir desta iniciativa.

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— O Clube dos 13 foi criado (em 1987) como um esforço que culminaria em uma Liga. Mas em vez de ser um bem virou um mal. Com o tempo o Clube dos 13 se aboletou no contrato com a Globo, atendeu os interesses da emissora e deixou os dos clubes em segundo plano.

Promessa do Timão se divide entre futebol e escola

Quando atuava no Marketing corintiano, entre 2008 e 2012, Rosenberg participou da decisão de anunciar a desfiliação do Corinthians do Clube dos 13. A partir daí a negociação sobre as cotas de TV passou a ser feita diretamente com a TV Globo. A ação do Corinthians foi seguida por várias entidades e culminou com o fim do Clube dos 13.

— A formação do G4 pode ser a reconstrução futura de um novo Clube dos 13. Neste sentido, é o começo ideal, porque já engloba as quatro maiores forças de um Estado de peso, como São Paulo.

Em sua passagem pelo Corinthians, primeiro como diretor e depois como vice de marketing, Rosenberg ficou conhecido por liderar uma verdadeira revolução do setor no clube, aumentando a receita em diversas frentes. O clube teve iniciativas ousadas neste período. Trouxe Ronaldo Fenômeno, decidiu construir o Itaquerão e buscou novos parceiros aproveitando a visibilidade corintiana.

Em 2012, porém, após uma discussão com o então presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, Rosenberg chamou o próprio time do Corinthians de medíocre. Isso não caiu bem entre torcedores e conselheiros, mesmo com ele argumentando que usou a palavra para se referir ao sentido de mediano.

Já sem a mesma motivação e se sentindo pressionado pela demora em definir um novo patrocinador para a camisa do clube, ele preferiu se afastar do futebol e se dedicar à sua consultoria financeira. Neste momento em que o marketing do clube volta a patinar, ele não pensa em retornar.

— Foram anos maravilhosos. Nossa entrada ocorreu após a queda do Dualib (ex-presidente, que renunciou) e a entrada do Andrés Sanchez na presidência. Deu para fazer tudo aquilo, que foi genial. Saí de me afastei. Não posso dizer como está o marketing corintiano agora. Há dois anos não piso no clube. Não tenho saco.

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