O documentário 'O milagre de Chapecó', produzido e dirigido pelo diretor norte-americano, radicado no Uruguai, Luis Ara Hermida, já estava com o trailer rodando em algumas salas de cinema do Brasil, mas uma descoberta exclusiva de Cosme Rímoli, do Portal R7, fez a Justiça bloquear a exibição do longa-metragem.
Em entrevista exclusiva ao blog, Fabienne Belle, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense (AFAV-C) e viúva do fisiologista Cesinha, contou como descobriu que o filme havia sido produzido e revelou que as famílias das vítimas não foram procuradas para dar o consentimento ou vetar a produção.
"Nós não tínhamos a menor ideia sobre esse documentário. A viúva nos contou que ela tomou um susto, as crianças começaram a chorar. Foi mais um trauma desnecessário. Não tem o menor cabimento. Não demos autorização para ninguém expor as vítimas desse acidente. Esse documentário não poderia ser feito sem o nosso consentimento. Nenhuma família foi procurada. Como pode? Isso não existe", desabafou.
A Justiça de Chapecó concedeu uma liminar para suspenser a divulgação e a estreia do documentário. A decisão foi do juiz Marcos Bigolin, da 3ª Vara Cível de Chapecó, foi divulgada na terça-feira (17). Segundo a liminar, o trailer do documentário deve ser suspenso de todos os veículos de mídia em até 48 horas. Além disso, a estreia do filme também foi adiada por tempo indeterminado.
O documentário entraria em cartaz no dia 30 de novembro e seria distribuído pela Arcoplex Cinemas, em 86 salas divididas por São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Brasília, Paraná e Rio Grande do Sul. No início, seriam cerca de 20 salas.
A decisão do juiz afirma que o clube teria contratado a empresa para a produção do documentário, que não apenas contaria a história da Chapecoense, mas também falaria sobre a tragédia com o avião do time, que deixou 71 mortos. Contudo, o clube afirmou que o trailer do documentário foi exibido e divulgado sem seu consentimento.
A decisão do juiz determina que, se o trailer não for retirado do ar em até 48 horas, a produtora terá que pagar uma multa cujo valor varia entre R$ 50 mil e R$ 500 mil.