Nuzman poderá completar um quarto de século no COB
Fábio Motta / Estadão ConteúdoNa última semana, em eleição com chapa única, Carlos Arthur Nuzman foi reeleito para o seu sexto mandato seguido na presidência do COB (Comitê Olímpico do Brasil). A frente da entidade desde 1995, o dirigente foi reconduzido com 24 votos a favor, três abstenções, um voto contrário e outro nulo.
Dentre os votos favoráveis, Carlos Arthur Nuzman recebeu a aprovação do Comitê de Atletas do COB, que conta grande nomes do esporte nacional, do presente e do passado, como Hortência, Gustavo Borges, Fabiana Murer e Arthur Zanetti.
O grupo, presidido por Emanuel Rego, dono de três medalhas olímpicas no vôlei de praia, decidiu pela reeleição de Nuzman por conta dos “avanços que o esporte nacional vem apresentando nos últimos anos”.
“A Comissão de Atletas avaliou e entendeu por bem votar pela sequência do trabalho da gestão dada a filosofia, os avanços e o crescimento que o esporte nacional vem apresentando especialmente nos últimos anos”, disse Emanuel Rego em contato com o R7.
“Além disso, o período pós-olímpico exige mais do que planejamento e propostas, exige experiência para manter os programas de apoio e desenvolvimento das modalidades em todas as esferas. A resposta do colégio eleitoral, por meio das federações e demais grupos filiados ou vinculados ao COB, foi bastante significativa em relação à aprovação e intenção de permanência da atual gestão”, concluiu.
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Principal opositor de Nuzman, Alaor Azevedo, que preside a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), tentou concorrer à eleição, mas teve duas liminares a seu favor deferidas pela Justiça do Rio. Ele reclama da composição do orçamento, que chamou de autoritária e comparou a gestão de Nuzman à de países com regimes pouco democráticos.
“Foram três abstenções e um voto nulo, além do meu contra. Isso mostra que há uma insatisfação e que havia o medo em se opor ao Nuzman antes. Em mais de 100 anos de história do COB, foi um dos presidentes eleitos com o menor número de votos [24]”, disse Alaor Azevedo.
Com o novo mandato, Carlos Arthur Nuzman poderá completar 25 anos à frente do COB. Para isso, bastará concluir o próximo quadriênio. É possível, no entanto, que Nuzman se licencie do cargo antes do fim do próximo mandato e abra espaço para o vice-presidente, Paulo Wanderley Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Isso porque Nuzman – que dirige também o Comitê Rio-2016 – almeja assumir o comando da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), entidade que rege o esporte no continente.
Em 2020, o dirigente não poderá mais concorrer porque uma lei sancionada em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff proibiu a reeleição à presidência de entidades esportivas por mais de duas vezes.
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