Não bastassem as denúncias de uso irregular de verbas na CBV
(Confederação Brasileira de Vôlei), a modalidade se vê no centro de
outra polêmica. Após a realização de reuniões entre os clubes esta
semana, os atletas mostraram publicamente sua insatisfação com o ranking
que define quem os times podem contratar. Bicampeã olímpica com a
seleção brasileira, Jaqueline Carvalho era uma das mais revoltadas:
— A Superliga é o único campeonato do mundo em que ser "bom" é ruim...
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A bronca de Jaqueline ocorre porque, em eleição feita pelos times, ela foi classificada com a maior pontuação possível (sete), mesmo sem ter atuado nos últimos meses porque teve seu primeiro filho. De acordo com o sistema, aprovado pelos clubes participantes, cada equipe da próxima Superliga feminina só poderá ter duas jogadoras "sete". No masculino, esse número sobe para três
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A justificativa para se classificar os atletas entre zero e sete pontos é evitar que, com o apoio de um bom investidor, um ou dois times formem super elencos com os principais atletas do país e comece uma supremacia. Isso, a médio e longo prazo, diminuiria o interesse do público na competição. Porém, o capitão da seleção brasileira e marido de Jaqueline, Murilo Endres, contesta essa explicação lembrando as últimas finais da Superliga feminina:
— Osasco e Rio fizeram as últimas oito finais. Cadê o equilíbrio que o ranking promete?
Foram tantas as vezes que os times mais tradicionais entre as mulheres do país decidiram a taça que Murilo até errou as contas: na verdade, a equipe do Rio e da Grande São Paulo estiveram na grande final das últimas nove Superligas
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Para Murilo, mesmo com o risco da formação de super times, o livre mercado é a melhor saída para o vôlei brasileiro. Irmão dele, o campeão olímpico em 2004 Gustavo Endres observou que, por não acharem espaço nos principais times devido ao ranking, muitos bons jogadores acabam optando por atuar fora do Brasil
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Este seria o caso de Lipe Fonteles, jogador da seleção que nas duas últimas temporadas jogou na Polônia e na Turquia. No Twitter, ele não só se disse contra o ranking como também afirmou estar "revoltado"
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Uma imagem contrária ao ranking passou a ser publicada nas redes sociais dos principais jogadores do país. Um dos que compartilharam foi Lucão, central da seleção brasileira
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Cabe destacar que, neste caso, a CBV pouco tem a ver com a confusão. Superintendente da entidade, Renato D’Ávila deixou a decisão de se continuar com o ranking ou não na mão dos clubes, que optaram pela permanência