William já ajudou o Sada Cruzeiro a ser campeão da Copa Brasil, do Sul-Americano e do Mundial esta temporada
Divulgação/CBVBasta dar uma olhada no perfil do Twitter do jogador de vôlei William Arjona para perceber que o levantador do Sada Cruzeiro é um atleta mais politizado que a média. Em meio à troca de mensagens com os fãs e informações sobre a equipe, ele costumeiramente comenta assuntos da política nacional, geralmente adotando uma postura bastante crítica.
Mas não é por isso que William sai disparando uma metralhadora giratória. Questionado pela reportagem do R7 a respeito dos recentes escândalos envolvendo a cúpula da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), o jogador conhecido por “El Mago” expressou surpresa com o que está acontecendo e pediu cautela para que não ocorram julgamentos precipitados:
Ídolos do vôlei brasileiro, irmãos Gustavo e Murilo ficam indignados com denúncias sobre a CBV
Ranking de atletas é o motivo de nova polêmica no vôlei; veja os argumentos de cada parte
—É claro que os boatos ou o que está saindo na imprensa são notas desagradáveis. Para todo mundo que lutou pelo vôlei, é triste saber que alguém está com más intenções e se beneficiando do meu esforço em causa própria. Espero que isso não passe de um boato, que as coisas sejam apuradas da melhor forma e que a gente tenha uma resposta positiva sobre o que aconteceu.
Ele completou:
— Onde há fumaça, há fogo e, se tem alguma coisa, que se apure e que os culpados venham à tona para esclarecer o porquê disto
William, inclusive, se diz surpreso com o aparecimento das denúncias de Lúcio de Castro, da “ESPN”, que levantou documentos mostrando que os dirigentes Marcos Pina e Fábio André Azevedo teriam recebido cerca de R$ 20 milhões pela intermediação irregular de contratos da CBV com o Banco do Brasil. Os dois eram braços direitos de Ary Graça, ex-mandatário do vôlei nacional e atual presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei):
— Me surpreende pelo fato de nunca isso ter sido cogitado dentro do voleibol. A gente ouve falar de corrupção de todos os outros lados, mas, no vôlei, eu nunca tinha escutado nada. Os valores são muitos altos, e, com ele, o vôlei poderia estar muito melhor do que está
Ranking de atletas
Preparando-se para a final da Superliga masculina, programada para o próximo domingo (12) contra o Sesi em jogo único, William mostrou algo em comum com Murilo, capitão da equipe paulista: a defesa do fim do ranking de atletas, que pretende manter o equilíbrio da competição impedindo que os melhores jogadores se concentrem em uma equipe.
— Nenhum lugar do mundo tem o ranking e é uma coisa natural que as equipes com maiores investimentos contratem os melhores jogadores. Isso acontece em todos os esportes do mundo e não precisa ser diferente aqui, pois os atletas são prejudicados. O critério (de contratação) deveria ser a qualidade técnica de tática dos jogadores, mas hoje são os pontos que eles têm no ranking
Para ele, se a liberação do mercado realmente acontecer, seria preciso apenas tomar cuidado para que altos investimentos prejudiquem o vôlei com administrações ruins:
— Não pode entrar um investidor que entre jogando muito dinheiro em um ano e depois desista no outro. É preciso ter um contrato com a CBV, um critério, para que uma empresa tenha pelo menos três ou quatros anos de investimentos, especialmente em categorias de base. Que elas entrem com responsabilidade e não jogando dinheiro para qualquer lado