Coaracy Nunes presidiu a CBDA entre 1988 e 2017
Fábio Motta/Estadão ConteúdoMorreu na manhã desta quinta-feira (14), Coaracy Nunes, presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) entre 1988 e 2017. O dirigente estava com 82 anos.
Sofrendo com diabetes e outros problemas de saúde, o dirigente foi diagnosticado com covid-19 e estava internado desde o sábado (25) na UTI de um hospital na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Coaracy chegou a se recuperar do novo coronavírus, mas teve de passar por uma cirurgia para diminuir a pressão intracraniana, na semana passada, só que não acordou mais e morreu nesta manhã.
Nascido em Belém, no Pará, Nunes é advogado e ocupou cargos importantes no Fluminense antes de chegar ao comando da natação brasileira em 1988. Após alcançar o cargo, foi reeleito seis vezes e viu o Brasil conquistar dez medalhas olímpicas durante o seu mandato.
A partir de 2016, no entanto, Coaracy passou a enfrentar problemas com a Justiça e virou alvo da Operação Águas Claras. O Ministério Público de São Paulo investigou desvio de verbas por parte do dirigente, que acabou afastado da CBDA e preso pela Polícia Federal em 2017. Ele acabou solto dois meses depois, via habeas corpus, e sempre negou as acusações.
Em junho de 2018, o MP-SP apresentou nova denúncia contra o ex-dirigente. Segundo o órgão, Coaracy e outros dirigentes e empresários atuaram no favorecimento da agência de turismo Roxy e no superfaturamento de passagens e hospedagens durante torneios no exterior e no Brasil, inclusive na preparação para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Ele foi acusado por organização criminosa, peculato e fraude a licitações.
Em outubro de 2019, Coaracy Nunes foi condenado a mais de três anos de detenção e 11 anos e cinco meses de reclusão por participar de esquema de desvio de recursos públicos. Ele ainda estava em liberdade graças a um recurso.
Irmão do piloto diz que Kobe sabia do risco de voar durante temporal