Fabiana foi alvo de insultos racistas em partida pela Superliga
DivulgaçãoA central Fabiana Claudino tem um dos currículos mais vitoriosos da história do vôlei. Atual capitã da seleção feminina, a jogadora é bicampeã olímpica, hexacampeã do Grand Prix e ainda dona de três medalhas em Mundiais. Agora, a atleta do Sesi faz um alerta para uma questão ainda mais importante: o combate ao racismo.
Em desabafo em sua conta no Facebook, Fabiana revelou que foi alvo de insultos racistas de um torcedor que estava no ginásio do Minas Tênis Clube na última terça-feira para acompanhar a partida entre Minas e Sesi.
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— Vivenciar isso é difícil e duro! Vivenciar isso na minha terra, torna tudo pior! Ontem durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era macaca quer banana, macaca joga banana, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente, porque meus familiares estavam assistindo a partida. Ele foi prontamente retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Agradeço a atitude do Minas, em não ser conivente com esse absurdo. Clube este, onde comecei a minha história e onde até hoje tenho pessoas queridas.
Fabiana ainda revelou que ficou na dúvida se deveria ou não divulgar o caso. No entanto, a central reconheceu a importância de combate ao racismo.
— Refleti muito sobre divulgar ou não, mas penso que falar sobre o racismo ajuda a colocar em discussão o mundo em que vivemos e queremos para nossos filhos. Eu não preciso ser respeitada por ser bicampeã olímpica ou por títulos que conquistei, isso é besteira! Eu exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano. A realidade me mostra que não fui a primeira e nem serei a última a sofrer atos racistas, mas jamais poderia me omitir.
Por fim, a capitã da seleção brasileira pediu pelo fim do ódio.
— Não cabe mais tolerarmos preconceitos em pleno século XXI. A esse senhor, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos, não serviriam hoje para que nunca mais um negro se subjugue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio! Chega de intolerância.