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Davi Gomide tem apenas 12 anos de idade e já disputa o Brasileiro de Motovelocidade da sua categoria. O pequeno piloto iniciou no esporte por influência do pai, Rafael Gomide, que também disputava corridas de moto. Em conversa exclusiva com o R7, Davi e Rafael falaram sobre o início de carreira, as dificuldades do esporte no Brasil e o sonho do jovem de disputar o Mundial de Superbike e a MotoGP
*Reportagem: Guilherme Gomes, estagiário do R7Arquivo pessoal
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No ano de 2013, Davi disputou a Honda Júnior Cup, que é considerado o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade da categoria de até 16 anos. E com apenas um ano correndo profissionalmente, ele conseguiu terminar a temporada em terceiro lugar. Para isso, o pequeno piloto tem uma preparação especial...
Assista: R7 acompanha de perto uma corrida de Davi GomideArquivo pessoal
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Além da preparação física realizada três vezes por semana voltada para a motovelocidade, Davi também pratica outros esportes. “Pratico Muay Thai, futebol e natação”. Pensou que a adrenalina e a velocidade não fazem parte dos momentos de lazer do piloto?
Assista: R7 acompanha de perto uma corrida de Davi GomideMontagem R7/ Arquivo pessoal
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“Ando de kart também, quando meu tio me empresta”, afirmou o garoto que é torcedor do Palmeiras. Apesar de revelar o seu time de coração, Davi afirmou que a escolha não foi por livre e espontânea vontade...
Assista: R7 acompanha de perto uma corrida de Davi GomideArquivo pessoal
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“É difícil torcer para o Palmeiras, mas meu pai me obrigou”, confidenciou. Manda quem pode, obedece quem tem juízo...
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O pai obrigou o filho a torcer pelo Verdão, mas com o esporte sobre duas rodas, foi diferente. “O Davi era capaz de ficar comigo nos boxes até 12 horas sem comer, sem beber, sem falar, só observando, olhando. Os olhos dele brilhavam. Em dia de corrida, ele era o primeiro a levantar e ficar pronto. Sempre tive um pé atrás e ainda tenho com relação à ele correr. É natural do instinto protetor do pai. Mas eu não consegui negar o direito dele de ajudá-lo a lutar pelo seu sonho”, disse Rafael, que nunca obrigou o filho a viver a adrenalina da motovelocidade
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Independentemente de ser um ex-piloto de motovelocidade, Rafael Gomide, pai de Davi, entregou que sofre assistindo as corridas do filho. “É desesperador. A cada volta, eu fico esperando ele aparecer na reta para agradecer. Depois que vou pensar em posição e nas outras questões da corrida.”
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Apesar de incentivar o sonho do menino, tanto Rafael, como o próprio Davi falam sobre a falta de apoio para a modalidade, os poucos autódromos propícios para a disputa de corridas de moto no Brasil e sobre o sonho profissional da jovem promessa. “Apesar de o brasileiro ser um dos maiores consumidores de moto do planeta, o esporte ainda tem muito a evoluir. Então, a trajetória é longa e eu procuro fazer com que ele se divirta sem peso e nem cobrança”, afirmou o pai
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“Eu não treino muito porque no Brasil existem poucos autódromos preparados para correr de moto. Com isso, ficamos sem treinar e sem o treinamento estamos bem abaixo do nível dos pilotos da Europa, mas começamos a abrir portas para olharem para gente. Meus treinos são de 30 minutos cada sessão. Geralmente temos duas sessões na sexta, duas no sábado, a classificação e a corrida no domingo. É muito pouco, então eu tento aproveitar o máximo cada vez que subo na moto.”, afirmou Davi
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O pai vai mais longe e fala sobre como o filho tenta conciliar o esporte com os estudos. “Infelizmente, a cultura em nosso País não permite que uma criança vire um grande esportista. Aqui não há incentivos aos esportistas mirins e tão pouco há algum planejamento de adequação das escolas a eles. Então, para ser esportista no país, é preciso caminhar com as próprias pernas. Ele falta às aulas e eu gasto o final de semana inteiro estudando com ele, para repor a matéria perdida. É uma luta”, confidenciou o pai coruja
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Mesmo com as dificuldades, Davi se espelha em grandes nomes do esporte mundial e, apesar da pouca idade, tem sonho de gente grande. “Meu principal ídolo é meu pai, mas gosto muito do Valentino Rossi e do Jorge Lorenzo, além de admirar o Neymar e gostar do Ayrton Senna”
Veja o jovem talento em açãoArquivo pessoal
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“Meu grande sonho é me tornar um piloto profissional. Eu quero chegar ao Mundial de Superbike e na MotoGP. Todo mundo no nosso país adora moto e a gente quase não tem ninguém representando o Brasil, competindo com os melhores. Tem muita gente me ajudando para eu conseguir isso”, finalizou a promessa brasileira da motovelocidade
Veja o jovem talento em açãoArquivo pessoal
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E o pai acredita no potencial do filho. “O Davi começou muito bem, é verdade. Aprende fácil, ama o esporte, é dedicado. Para mim, ele ainda é uma criança e tem que ficar longe de cobranças severas. Eu só cobro ele que ele respeite os limites dele e saiba andar de moto com inteligência. Desse jeito, ele vai mesmo muito longe”, entregou o pai
Veja o jovem talento em açãoArquivo pessoal